terça-feira, 30 de outubro de 2012

O QUE É SOCIOLOGIA!


 A sociologia surgiu com a proposta de resolver problemas sociais da época, em pleno século XVIII. Esse século foi marcado por importantes transformações econômicas, políticas e culturais e duas grandes revoluções, a industrial e a francesa. A sociologia que conhecemos hoje é o resultado de estudos, de um grupo de pensadores e cientistas que se empenharam em resolver questões sociais do momento.
           Revolução Francesa iniciou a Era das Revoluções Burguesas, fez parte do movimento revolucionário global, atlântico e ocidental que começou nos Estados Unidos em 1776 passando por Inglaterra, Irlanda, Holanda, Bélgica, Itália, Alemanha, Suíça e termina na França em 1789. A Revolução Francesa significou o fim do absolutismo e dos privilégios da nobreza, desse jeito o povo ganhou direitos sociais e passou a ser respeitado.
           A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção, enquanto que na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia, só pensava em maiores lucros, custos menores e produção acelerada, buscando alternativas para melhorar a produção de mercadorias deram lugar para as maquinas. O crescimento populacional advindo que pode ser considerado filho da revolução industrial, também trouxe maior demanda de produtos e mercadorias.
O pensamento positivista surge durante o final do século XVIII para responder as questões existentes dentro da sociedade, que estava em completa mudança. A revolução francesa tinha por meio do iluminismo colocado uma nova maneira de se pensar o eu, e a revolução industrial gerou o individualismo moderno e as crises sociais, como o aumento da prostituição e do alcoolismo assim como alavancou o processo de desqualificação do campo referente à cidade.
 
Emile Durkheim considerado pai da Sociologia
 

O positivismo surge com uma equação não resolvida! Toda a sociedade moderna se modificava de tal maneira que as coisas aconteciam sem que alguns indivíduos nem se dessem conta, é por isso que a sociologia aparece como a ciência que tenta resolver os problemas do coletivo e ela mantêm em sua essência a consciência coletiva, ou seja, o que cada um faz é na verdade um subproduto de um todo, desse jeito a sociologia surge também como uma critica ao pensamento antropocêntrico, aonde cada sociedade pensa por si só, ou toma como base o sua história para designar as demais.
Para Durkheim, considerado pai da sociologia, os conceitos e os valores de cada sociedade vêm do fato de “como a sociedade vê a si mesma e ao mundo que a rodeia”. Para cada individuo dentro de uma sociedade existe uma representação que na verdade é uma construção de valores desta mesma sociedade, o pensamento antropológico hierarquiza as camadas sociais e por isso acaba fazendo o mesmo com as sociedades (estados, nações e etc.). No entanto a sociologia busca entender dentro de um coletivo, o que leva cada individuo, a agir de uma determinada maneira. Sendo assim não se hierarquiza o pensamento, pensamos a parte referente ao todo. 

 

O DOIS DE JULHO E A REVOLTA DOS MALÊS

          Na noite do dia 27 de Janeiro de 1835, soldados da então província da Bahia invadem um galpão onde segundo denuncia de uma mulher havia uma tentativa de levante dos muitos negros escravos e forros. A primeira batida do guarda na porta está se abre e por ela sai uma multidão de negros gritando apenas uma frase “Mata Branco, Mata Branco”, essa revolta deu origem a uma serie de mudanças no sistema escravista brasileiro, porém o inicio do levante começou bem antes de 1835 e um dos seus principais motivos foi à independência do Brasil.
 
A independência e as revoltas constantes
           
Sete de setembro de 1822 o Brasil declara sua independência, o então reino unido de Portugal e Algarves é agora um país com suas próprias leis e seu governo, que continuou na mão de D. Pedro I o filho do rei, porém na Bahia antiga capital da colônia a independência tardou a chegar e essa é a grande discussão feita por muitos historiadores, quais foram os motivos que levaram a Bahia a se tornar independente um ano após o Brasil?
            Bem para responder a essa pergunta é necessário voltar à Bahia pré-independente, primeiramente a então província foi a capital da colônia até 1810 desta maneira ela foi por muito tempo o centro comercial, e a Bahia do século XIX tinha sua economia baseada na exportação agrícola e os principais agricultores eram lusitanos, que aqui se instalaram fazendo das ruas baianas seu porto comercial. E no pós- independência seria difícil para estes deixarem seus meios de vida assim eles lutaram para não abrir mão do território que obtinha.
            O rei D. João VI havia abdicado do domínio da colônia, no entanto para uma massa de comerciantes lusitanos abandonar seus bens e riquezas formadas na colônia era de certa forma um ultraje, eis uns dos motivos que levaram os portugueses a  formar uma resistência dentro do Brasil contra a independência. Mas como diz a historiadora Katia Mattoso, motivados pelos ideais dos iluministas de liberdade igualdade e fraternidade o povo baiano lutou pela expulsão dos lusitanos e consolidação de um estado independente.
            No âmbito da guerra na Bahia as diversas classes sociais lutaram cada uma basicamente com os seus próprios interesses, tal como afirma J. J. Réis, “A história das lutas da Independência na Bahia não foi apenas a história de um conflito entre brasileiros e portugueses.” A divergência vem enfatizar o medo que as elites locais tinham de os negros tentarem manter o levante e tomar o poder na Bahia (o “partido negro” relatado no livro negociação e conflito de Eduardo Silva e Réis foi uma dessas instituições criada por escravos ou forros para tentar manter um levante das camadas miseráveis contra o governo imperial), contudo para conter o numero de escravos que participaram da guerra e agora estavam com armas nas mãos, todos os escravos combatentes tiveram baixas sem um beneficio daí o numero de homens pelas ruas revoltados com sua situação aumentava a cada momento e os levantes eram constantes, o historiador estadunidense B. J. Barickman em seu livro Um contra ponto baiano faz o relato que ocorreu em 1832 quando “soldados dispensados de seus batalhões após a guerra da Independência vagavam pelo recôncavo, atacando povoados.”  Esse clima de tensão revelava como foi falho e discrepante o processo de independência, se houve em algum momento um sentimento de coletividade por parte dos combatentes este se perdeu logo após o dois de julho.   
         Para conter as tentativas de levante o poder moderador escolhia a sua maneira os presidentes de cada província, sendo que a Bahia teve cerca de quatro presidentes do Rio Grande do Sul segunda afirma Kátia Mattoso. Isso é uma contradição com o próprio sistema de governo, pois se por um lado os presidentes de províncias pouco tinham em comum com seu ligar de governo, houve como já foi dito anteriormente pouca ou quase nenhuma ação do governo para tirar das terras brasileiras, em nosso caso a Bahia, os lusitanos remanescentes da colonização (muitos destes combatentes no dois de julho).
            Essa situação de camaradagem com os lusitanos após a independência deixava os baianos irritados e muitos foram os levantes de Mata-Maroto que acabavam gerando crises no sistema econômico e na estrutura política, afinal de contas um presidente de província que não conseguia conter os grupos revoltosos tinha sua competência profissional questionada.
Mata Branco, Mata Branco.
            No meado do século XIX a Bahia sofria uma seria crise econômica, o historiador Manoel Antonio Santos Neto diz:
“O povo padecia enormemente. No entanto, a província exportava 17.142.260 k de açúcar e 26.400.880 k de fumo. Mas a riqueza continuava ilhada na mão da maioria detentora dos setores básicos da economia, enquanto o povo continuaria sofrendo e vivendo em precária e calamitosa situação.” 
 
                Dentro desse quadro a desestabilização política dá lugar às revoltas que muitas vezes são abraçadas pelas camadas mais desesperadas da sociedade, e desde 1823 vinham ocorrendo levantes às vezes motivados pelos federalistas descontentes com a submissão da Bahia ao governo do Rio de Janeiro e na maioria das vezes pelos escravos que reivindicavam a tão amada liberdade. É desta maneira, motivados pelo ideal de liberdade que em 1835 os inconformados negros se unem para fazer o levante que ficou conhecido como A Revolta dos Malês.
            Malês é uma palavra em islâmica que designava, na época, o negro (ou de religião) Árabe, esses negros eram muito mais marginalizados que os negros nativos, devido ao fato de serem seguidores da religião Mulçumana. Porém isso não impediu que os escravos se organizassem de maneira bem ordenada, pois como afirma Manoel Alves Branco, ministro da Justiça da época a cerca da revolta, “foi dirigida com mais habilidade e plano regular”. Escravos de diversas etnias se reuniram em prol de uma bem comum, pelo menos para eles, o ideal era tomar o poder da província da Bahia e fazer o que os brancos vinham tentando há algum tempo, separar a Bahia do Império brasileiro, estabelecer um governo federalista e matar todos os brancos. Na noite do dia 24 de janeiro de 1835 o movimento estourou e os escravos movidos por todo o ódio até então cometidos contra eles saíram armas (facas, machados etc.) em mão gritando a frase que gerou todo um medo nos escravocratas, “Mata Branco, Mata Branco”. A origem dessa frase vem do fato de que muitos negros não falavam portugueses, porém quando o levante foi delatado havia apenas uma coisa em comum entre todos os revoltosos, o desejo de castigar seus algozes, ou seja, os brancos.
 
     A revolta de 1835 foi a ultima grande revolta de escravos na Bahia, com a neutralização dom levante quase todos os revoltosos foram presos ou acoitados em praça publica para que servissem de exemplo aos demais. Todavia os Malês não foi de tudo em vão, após o levante foi intitulada uma lei que proibia os senhores de escravos de castigarem esses com mais que 80 chibatadas, houve uma efetivação melhor de certos direitos como o de não trabalhar aos domingos e dias santos e o direito aos escravos de ter uma porção de terra perto da lavoura para o cultivo de produtos de subsistência, a chamada brecha camponesa que foi criada logo após a independência, mas que não havia um comprimento fidedigno desta.
 





 

A FORMAÇÃO DO ESTADO MEXICANO


A FORMAÇÃO DO ESTADO MEXICANO E O PAPEL DA IGREJA CATOLICA




     Na metade do século XIX o México sofria um pouco com a questão das minas e da agricultura, o comercio que se fazia com a Europa era algumas vezes abalado por diversos fatores. Um dos principais foi às contendas que existiam entre dois projetos para formação do estado que estava começando a se construir.
     O primeiro projeto era o dos conservadores que tinham intenções de construir um governo monárquico, e de caráter despótico para impor o respeito e a autoridade. Eles eram apoiados pela igreja, que era a principal detentora de terras no México, segundo Maria Lígia prado “[...] das 3 387 casas existentes em 1790, 1 935 pertenciam à igreja [...]” (PRADO 1994, p.25).
     Para o clero Mexicano os conservadores representavam a permanência de seus poderes, e para isso ela se tornou aliada do exercito e dos grandes proprietários rurais. Utilizando os fundamentos da divina providência, que pregava a fé, a tradição e a hierarquia para justificar os atos e as idéias políticas centralizadoras, e até algumas vezes despóticas dos conservadoristas.
     Os conservadores eram grandes proprietários rurais e centralizadores, já em contrapartida os liberais era compostos pelos setores médios urbanos intelectualizados, setores do comércio e da mineração. Tinham como proposta à laicização da sociedade e do estado, para eles o poder advinha do povo da sociedade e seus governantes, a igreja (divindade) ficava bem longe disso.
     Para os liberais a terra deveria ser uma mercadoria e era necessário que todos se transformassem em proprietários individuais, ou seja, eles defendiam uma reforma agrária. Para isso os presidentes liberais proporão a expulsão dos últimos espanhóis peninsulares do país, o que resultou numa revolta por parte dos conservadores que tinham uma camaradagem com os espanhóis e com a Europa.
     O desentendimento entre conservadores e liberais era tanto que tomou proporções de guerra civil com rebeldia popular e levantes camponeses, houve um golpe militar do general Santa Anna, que foi apoiado pelos conservadores em 1834. A política foi centralizada e o voto se tornou restrito aos cidadãos mais ricos, porém o pior golpe de todos foi em 1848 quando o México perdeu metade do seu território (Texas, Arizona, Califórnia e Novo México) para os Estados Unidos.
      Em 1856 o projeto dos liberais conseguiu chegar ao poder subordinando a igreja ao estado e iniciando o processo de emancipação do capitalismo no México, pois os liberais acreditavam que o desenvolvimento surgiria por meio da criação de indústrias têxteis.
 
DELIMITAÇÃO DAS FRONTEIRAS COM OS ESTADOS UNIDOS (EXPANCIONISMO INAQUE E A VITÓRIA DA DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO).
 
     Em 1840 os Estados unidos já era consolidado como um país de política capitalista-imperialista, e embora os lideres liberais e democratas brigassem entre si os Estados Unidos vinha acumulando riquezas com suas expansões territoriais.
 
Mapa do México politíco
    
          A busca para o Oeste e a oferta de terra barata se tornou um grande empreendimento, atrelado a isso surgiu à doutrina do “Destino Manifesto” à qual pregava que o povo Estadunidense eram os escolhidos de deus para “governar” a América:
         “Enquanto norte-americanos descobriam o remoto oeste, pressupostos românticos intensificavam-lhes a fé sobre a superioridade e destino glorioso de suas instituições livres. Rapidamente, desenvolveu-se a idéia de que era o “manifesto destino” dessas instituições espalhar-se por todos os vastos, escassamente povoados e mal defendidos territórios situados entre o vale do Mississipi e o Oceano Pacífico.” (SELLERS;MAY;MC,ILLEN, 1990.p.166.)
 
     Desta forma os embates sobre as fronteiras norte-americanas começaram desde 1820 quando colonos invadiram em grande número o Texas onde, em 1836 derrotaram o exército mexicano fundando uma república independente, logo após os Estados Unidos voltou seus olhos para a Califórnia, pois esta poderia proporcionar ao país uma saída portuária no oeste. Esse, contudo não era o único interesse dos Estados Unidos, a região cobiçada era e talvez seja ainda hoje, rico em minérios como o alumínio, o cobre e o ouro. Assim os Estados Unidos incentivado pelas idéias do “Destino Manifesto” rumaram para as fronteiras do México, tendo a guerra sido declarada em 13 de maio de 1846, o que na opinião dos Mexicanos foi “a invasão do nosso território e derramamento de sangue norte-americano em solo norte-americano”.
         “A guerra mexicana, quaisquer que tenham sido seus princípios morais, foi a mais bem-sucedida de todas em que participaram os norte-americanos. O general Zachary Taylor cruzou o Rio Grande, entrou na zona central do norte do México e, em Buena Vista em fevereiro de 1847, obteve uma brilhante vitória contra uma força mexicana superior, comandada pelo general Santa Anna.” (SELLERS; MAY; MCMILLEN, 1990.p.171).
     Com as sucessivas vitórias estadunidenses os mexicanos recuaram e buscaram um meio de findar a guerra, assinando em Fevereiro de 1848 o tratado de Guadalupe Hidalgo. Neste tratado o México cedia aos Estados Unidos, o Novo México, Arizona, Texas e a Califórnia, sendo que os Estados Unidos pagaria uma indenização ao México de 15 milhões de dólares. Desta forma os Estados Unidos deu mais um passo para a sua consolidação como potência imperialista.
ASPECTOS DA GEOGRAFIA DA AMÉRICA CENTRAL
 
 
     Durante o inicio do século XIX a América Central compunha-se de 5 países ( Honduras, El Salvador, Guatemala, Nicarágua e Costa Rica). Sendo que nestes a sociedade eram compostas por etnias semelhantes ao da América latina, como aponta Leon Pomer: “No final do período colonial calculava-se que 65% da população era constituída por índios, 31% por landinos mestiços e 4% por brancos, espanhóis e seus descendentes nativos.” (POMER, 1999. P.26).
     A economia advinha do latifúndio agropecuário e agroindústrial (canavial e etc.). O anil era o produto de grande exportação atrelado a isso existiam os Obrajes, que eram uma espécie de oficinas artesanais onde se fabricava tecidos, roupas entre outras coisas. O que segundo Pomer gerava “nas cidades uma massa de pequenos comerciantes e uma minoria muito exígua de poderosos mercadores” (POMER, 1999. P. 27).
     A América Central possui, e possui até hoje, uma grande região portuária, pois seus litorais dão evasão tanto para o leste como o oeste. Uma característica geográfica da América Central é a cadeia de montanhas escarpadas que se estende por toda a região, existe também os vulcões que de quando em vez causa desastres naturais, o fato da América central se encontrar cercada por água as enchentes são constantes assim como furacões. No entanto a região da América central possui grandes riquezas naturais  valiosos como, o níquel, minério de ferro, peixe, madeira e óleo.      
 
REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO
 
SELLERS, Charles; Henry May; Neil R. Mcmillen. Uma reavaliação da História dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990. 
 
PRADO, Maria Ligia. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual, 1994. P.23-37.
POMER, Leon. As independências na América Latina. São Paulo: Brasiliense, 1999.
 
 
 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A independência dos Estados Unidos da América.

A independência da América  Inglesa


As colônias inglesas da América do Norte tinham sido fundadas principalmente por imigrantes ingleses fugidos às perseguições religiosas e políticas.  O território das 13 colônias inglesas, na costa atlântica, porém, organizou-se de maneira diferenciada. Na região centro e norte predominaram as pequenas e médias propriedades que usavam mão-de-obra livre, voltadas para a produção de itens iguais aos que se produziam na Europa, típicos das áreas temperadas, que não atraíam interesse explorador da Inglaterra (colônias de povoamento).   Ao contrário, no sul, (colônias de exploração) desenvolveu-se a agricultura de produtos tropicais, realizada em latifúndios escravistas, voltada para o mercado externo.
A luta pela independência das 13 colônias inglesas da América do Norte inseriu-se no quadro de crise do Antigo Regime.  A Guerra dos Sete Anos, entre França e Inglaterra, veio a aumentar as tensões entre a metrópole e as colônias. Apesar de ter vencido o conflito, a Inglaterra tentou reequilibrar suas finanças adotando uma política tarifária sobre suas colônias do norte da América. Em 1764 o Parlamento inglês aprovou a Lei do Açúcar, que taxava pesadamente esse produto importado das Antilhas pelos colonos. Pouco depois, em 1765, a Inglaterra instituiu a Lei do Selo, segundo a qual todos os documentos, livros, jornais e até baralhos teriam que ter um selo comprado da metrópole. Mais tarde, em 1773, a Inglaterra lançou um imposto sobre o chá (Lei do Chá), produto importado e muito consumido pelos colonos.
Representantes das colônias americanas, reagindo às determinações inglesas, reuniram-se no Congresso de Filadélfia (1774), exigindo o fim das Leis Intoleráveis, como foram chamadas as taxações e sanções determinadas pelo governo inglês. Pouco a pouco as relações americanas e inglesas ficavam cada vez mais difíceis.  Como o governo inglês não cedeu às exigências das colônias, organizou-se o Segundo Congresso da Filadélfia, no qual se decidiu aprovar a Declaração de Independência das 13 colônias. George Washington foi nomeado comandante das tropas norte-americanas nas lutas que se seguiram.
A luta pela libertação das colônias inglesas seguiu até 1783, quando, com ajuda francesa e espanhola, fez-se vitoriosa. Em 1783 a Inglaterra reconheceu a independência dos Estados Unidos da América. Após a independência foi elaborada a Constituição dos Estados Unidos (1787) que estabeleceu o regime republicano, combinando propostas presidencialistas e federalistas.  A independência das colônias inglesas da América e a formação dos Estados Unidos serviram como estímulo à emancipação das colônias da América Latina.
As influências da Independência: A revolução francesa 
O processo da Revolução Francesa foi tão intenso que seu resultado favoreceu a classe que lutava por direitos mais humanos, seu fim estabeleceu a Idade Contemporânea e acabou com o regime de servidão feudal. Um lema que ficou muito conhecido na França e é lembrado pelo mundo todo sempre que esse tema entra em pauta é: Liberté, Egalité, Fraternité, que em português quer dizer Liberdade, Igualdade e Fraternidade, por Jean-Jacques Rousseau. Depois dessa alteração no quadro social da França muitos regimes passaram por ali, o povo francês passou por ditadura, repúblicas, impérios e monarquia e nos dias atuais caminha, pelo menos, por uma trilha menos perversa. Muitos morreram, mas os sobreviventes e as gerações que vieram posteriormente puderem ver uma França totalmente diferente, transformada em um lugar um tanto melhor para se viver.
Logo a revolução francesa influênciou no processo de independência dos EUA, apartir do momento em que permitiou aos colonos o direito de lutar e se rebelar contra o poder do absolutismo monarquico que os próprios revoltosos da revoluçaõ de 1789 fizeram na França.


A indepêndencia da América Espanhola e a crise do antigo sistema colonial espanhol

As causas da emancipãção da América espanhola


           As transformações ocorridas nos países europeus, no início da idade Contemporânea, também se estenderam às terras americanas através dos contatos comerciais e, inevitavelmente, de idéais. Assim os novos ideiais e conceitos políticos e econômicos surgidos no século XVIII, produzidos na europa, chegaram à América, onde expressaram, de forma mais ou menos adequada, o inconformismo de setores da população colonial com o estado de coisas reinante. A independência da América Espanhola ocorreu pouco depois da revolta das Treze Colônias inglesas; as duas Américas levantaram-se contra as metrópoles, conduzidas pela grande corrente liberal do século XVIII.
         A influência inglesa se fez sentir na América Espanhola através do interesse em ampliar suas trocas com as áreas coloniais, mantidas em regime de monopólio comercial, a fim de assegurar mercados.
         A França, através de Napoleão Bonaparte, que invadiu a espanha e colocou no trono um dos seus irmãos, contribuiu para que as áreas espanholas passassem a ser regidas pelos poderes locais (os Cabildos).
 
            "A filosofia do século, a politica inglesa,
                     a ambição da França e a estupidez da espanha
                influíram bastante na América." (Simon Bolívar)
 
 

 

           A independência das colônias hispano-americanas foi feitas quase que exclusivamente pela aristocracia "criolla". Nenhum movimento antimetropolitano triunfou sem a sua participação, embora contasse comm o apoio da massa indígena e da população mestiça. Porém, a classe dominante colonial procurou manter a autonomia na medida de seus interesses, impedindo os avanços e reivindicações populares.
Instalados em uma terra que consideravam "sua", os "criollos" constituíam a elite econômica e intelectual, em uma sociedade em que a presença do negro escravizado e do indígena subjugado conferia ao branco um sentimento de "superioridade".
         A independência dos EUA e a Revolução francesa foram os acontecimentos que mais contribuiu para o desenvolvimento do espirito revolucionario hispano-americano. Sua influência se fez sentir através dos "criollos", que compreenderam que o exemplo dessas revoltas poderia ser imitado.
           Acrescente-se que, em 1823, os EUA promulgaram a Doutrina Monroe, que dizia que "os continentes americanos haviam consquistado a sua independência e pretendiam mantê-la, não devendo mais no futuro serem considerados como suscetíveis de tornar-se colônias de uma potência européia". A Revolução francesa exerceu sua influência na América. quando os "criollos" concientes da necessidade de libertação conseguiram fundamentação ideologica, exercida pelos pensadores da revolução (iluminismo) e o movimento de 1789 representou uma autêntica afirmação do direito do povo contra o despotismo dos Reis. 
Mapa da América espanhola


         A FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL NO BRASIL E NAS REPÚBLICAS     DO PRATA:

                           É marcante a diferença na unidade política nas Américas portuguesa e espanhola durante o século XIX. A primeira diferença chama a atenção na manutenção da unidade política e a fragmentação territorial. A outra diferença diz respeito ao regime de governo adotado nos países independentes: Republicano nas ex-colônias espanholas, monárquico no Brasil.
               No momento da independência política  dos países das Américas espanholas o conceito de nacionalidade era inexistente.
 
A construção do Estado na Argentina
 
                     Buenos Aires foi escolhida para ser a capital da nova jurisdição político-administrativa, em 1778 o porto de Buenos Aires e de Montevidéu, obtiveram permissão para Ter vinculações diretas com os portos da Espanha e da América Espanhola.
                No porto de Buenos Aires, onde as atividades eram dominadas pelo contrabando (especialmente Português e Inglês) ganhou vida nova. E a inclusão das ricas minas de Potosí atrelada com a jurisdição do novo vice-reino e as regulamentações comerciais legalizaram um tráfico que havia sido ilegal até então. Aos poucos o “centro de gravidade” dos domínios espanhóis na América migrou do altiplano andino para o rio da prata e a prata do alto Peru, deixou de ser enviada para a Espanha pela rota do porto de Lima e começou a sê-lo por Buenos Aires.
                As reformas buorbônicas geraram descontentamento entre a elite local criolla que teve seu poder reduzido pela nova política uniformizadora. Com a criação do regime de intendências as autoridades das cidades subalternas sentiram – se diminuídas ante as das cidades principais da nova organização administrativa. O processo de independência na América do Sul aconteceu no momento da crise do absolutismo e do colonialismo mercantilista, quando o mundo se ajustava à nova realidade econômica e política expressa na revolução industrial e na revolução francesa.
            Em 1806 e 1807 a fragilidade da ordem colonial fora revelada pela invasão inglesa a Buenos Aires. Mesmo  sendo malsucedidas, as invasões, motivadas por interesses comerciais e militares foi um duro golpe ao poder espanhol na América, porém Buenos Aires foi capaz de vencer o poderoso invasor, mediante a rápida mobilização da população e uma eficiente força militar.  As invasões inglesas trouxeram conseqüências importantes: Em primeiro lugar houve à ênfase no fato de Buenos Aires ser um centro administrativo de vice-reino. Em segundo lugar, Buenos Aires adquiriu o poder militar, antes inexistente. Em terceiro lugar a província ganhou prestigio pela vitória sobre os ingleses e também por cometer um fato inédito nas colônias espanholas; a derrubada de um representante do rei, o vice-rei Sobremonte.
               Em 1809, o cabildo de Buenos Aires tentou, em vão, depor o vice-rei substituto Santiago Liniers. O movimento de independência possuía princípios e interesses que se convergiam entre si. Em fevereiro de 1820, caia o sexto governo central derrubado pela força dos caudilhos das províncias de Santa Fe e entre Ríos. Dez anos depois do início do processo de independência, o território onde logo mais formaria a Argentina era um aglomerado de províncias autônomas. O processo de emancipação política trouxe conseqüências econômicas significativas, a guerra tanto de independência quanto a guerra civil causou a destruição da riqueza monetária e das zonas rurais.
               O processo de independência Independência instituiu definitivamente o comércio livre, em um contexto no qual a economia britânica se tornara claramente dominante. O desencontro entre os interesses de Buenos Aires e as regiões do antigo vice-reino do rio da prata geraram os conflitos que marcaram o difícil processo de construção da futura Argentina. Com à rivalidade entre Buenos Aires e as províncias surgiram duas propostas distintas de organização do Estado: Unitarismo versus Federalismo. Os partidários de ambos os lados foram protagonistas das lutas que em alguns momentos assumiram a proporção de uma verdadeira guerra civil.
               O congresso constituinte de 1824-1827, instaurou em 1826 um poder executivo Nacional, um banco Nacional e Federalizou a cidade de Buenos Aires e declarou como sendo ela a capital do país. O acordo de S. Nicolás promulgado em maio de 1852, estabelecia as bases para a constituição de um estado nacional Argentino e colocava provisoriamente Justo José de Urquiza no comando político e militar da confederação. A constituição elaborada criou uma república federativa e instituiu a divisão de poderes – executivo, legislativo e judiciário. Dando ao presidente eleito indiretamente um mandato de seis anos. A nova política foi ainda objeto de conflito, pois não contava com o apoio da província de Buenos Aries somente em 1880 e que foi completado o processo de construção do estado Nacional, quando a cidade de Buenos Aires de tornou capital federal.
A construção do estado do Brasil
                Enquanto a América espanhola teve que criar um novo poder legítimo para substituir o do monarca, no Brasil houve a perduração de um poder legítimo, o que significou uma continuidade na transição de colônia para império. Em 1824 D. Pedro I outorgou uma constituição com as bases do sistema político imperial, com princípios que se impunham aos da monarquia. 
           Já o período da Regência foi Politicamente conturbado, com fortes ameaças a unidade territorial e à ordem social, com o aumento da importância político das províncias houve o acirramento das disputas das elites pelo controle destas, o que levou à conflitos sociais muito mais profundos. Logo o sistema policial e judiciário revelou-se inadequado para conter os conflitos. Em 1850 a reorganização da guarda Nacional centralizou todo o império, subordinando à guarda também ao ministro da justiça.
                 A centralização política na cidade do Rio de Janeiro coincidiu com uma grande concentração de riqueza na província de mesmo nome, e os defensores do centralismo estavam na burocracia central sendo eles os grandes cafeicultores e comerciantes do Rio de Janeiro. Houve uma vinculação entre centralização político-administrativa e manutenção do sistema escravista desta forma a “ unidade do trabalho escravo” foi garantida.
            No segundo reinado ocorreu o surgimento de dois partidos políticos com posição social divergentes. Enquanto o partido liberal era composto por profissionais liberais e  proprietários rurais, o partido conservador compunha-se de burocratas e donos de terras. O partido conservador era formado por plantadores de café escravistas, comerciantes, traficantes de escravos e homens dos setores burocráticos. Já os liberais eram ligados aos diversos segmentos da produção vinculada indiretamente ao comércio de exportação, sendo que estes teriam dificuldades em unir forças em torno de um objetivo comum. 
 
A formação do Uruguai
 
               Em 1822 quando o brasil se tornou independente o território onde hoje é o Uruguai era integrado ao território brasileiro, sendo este território motivo de disputas entre Portugal e Espanha e anos depois objeto de guerras entre Brasil e argentina. Este território possuía uma boa riqueza pecuária que acabou atraindo a atenção de espanhóis, portugueses, argentinos e brasileiros, e  em 1777, o tratado de Santo Ildefonso determinou a perda da colônia de sacramento pelos portugueses, contudo isso mão encerrou as contendas pela cobiçada região.
           Em 1815 José Gervásio Artigas obteve o controle de Montevidéu, ele tentou reconstruis a economia da província oriental (Uruguai) que foi devastada pela guerra e deu inicio à realização de uma espécie de reforma agrária. Em Julho do mesmo ano os portos de Montevidéu, colônia e maldonado foi aberto a todos os barcos exceto os vindos de Buenos Aires. Os portugueses fizeram uma invasão em agosto de 1816 sob o comando do general Carlos Frederico Lacor, foi bem-sucedida sendo apoiado por uma parcela da elite Uruguaia que estava descontente com a política de Artigas.  Com a derrota das forças de Artigas em 1821 a banda oriental foi anexada ao Brasil com o nome de província Cisplatina,  a expedição “dos 33 orientais” lutaram contra o domínio do brasil, os revolucionários tinham o apoio financeiro de poderosos estancieiros de Buenos Aires. 
             No mês de outubro de 1825 os revolucionários obtiveram o domínio do interior, ficando o Brasil com as cidades de Montevidéu, Colônia e Maldonado. Já em 25 de outubro houve um congresso em Buenos Aires para anunciar a incorporação da banda oriental às províncias unidas. Às autoridades imperiais brasileiras foram informadas e tal resolução séria respaldada a força.  A guerra da Cisplatina se arrastou até 1828 sendo ela um desastre para ambos os lados. No Brasil o conflito contribuiu para o desgaste político de D. Pedro I e das finanças Nacionais. Na argentina, as negociações de paz acabaram levando à queda do presidente em 1807, pouco tempo depois em 1828 o fim da guerra externa trouxe consigo a guerra civil na Argentina. Na convenção preliminar da paz, assinada em 27 de agosto de 1828, a província Cisplatina deveria ser um estado independente interposto entre o Brasil e as províncias unidas e os dois pises se comprometeram em defender a independência e a integridade do Uruguai. E em 1830 com a promulgação da constituição, o novo país passou a se chamar República Oriental do Uruguai.
 
A situação em meados do século XIX
                  No Brasil e na Argentina o processo de formação de um estado nacional envolveu uma difícil conciliação de interesses entre unidade subnacionais, para por fim criar fim poder central, o processo de centralização política e administrativa iniciado no início da década de 1840 no Brasil, que tinha um poder de estado unitário, atingira o seu ápice em 1850, cm a reforma da guarda Nacional.
                  O plano de reconstituição do vice-reino do rio da prata, era visto pelos governantes brasileiros como uma séria ameaça à segurança do império e de sua instituições. Defender a independência do Uruguai e Paraguai era a garantia de “internacionalização” dos rios Uruguai,  Paraná e Paraguai,  objetivo compartilhado pelas potências européias interessadas no comércio da região. As disputas territoriais travadas entre Portugal e Espanha foram herdadas pelos países surgidos dos processos de independência política. Portugal cedeu à Espanha a Colônia de Sacramento, em troca do território das Missões orientais do Uruguai. Contudo a ocupação das Missões pelos portugueses foi dificultada pela reação dos indígenas que , sob o comando dos jesuítas, se rebelaram e se recusaram a deixar o território, resistindo por muito tempo com armas em mãos. Foram tantas as dificuldades para sua execução que o tratado acabou sendo considerado nulo.
          Uma questão que provocou muitas discussões entre Brasil e Uruguai foi à respeito da posse e uso da lagoa Mirim, importante por que proporcionava a possibilidade de mais uma saída para o oceano.