terça-feira, 30 de outubro de 2012

A FORMAÇÃO DO ESTADO MEXICANO


A FORMAÇÃO DO ESTADO MEXICANO E O PAPEL DA IGREJA CATOLICA




     Na metade do século XIX o México sofria um pouco com a questão das minas e da agricultura, o comercio que se fazia com a Europa era algumas vezes abalado por diversos fatores. Um dos principais foi às contendas que existiam entre dois projetos para formação do estado que estava começando a se construir.
     O primeiro projeto era o dos conservadores que tinham intenções de construir um governo monárquico, e de caráter despótico para impor o respeito e a autoridade. Eles eram apoiados pela igreja, que era a principal detentora de terras no México, segundo Maria Lígia prado “[...] das 3 387 casas existentes em 1790, 1 935 pertenciam à igreja [...]” (PRADO 1994, p.25).
     Para o clero Mexicano os conservadores representavam a permanência de seus poderes, e para isso ela se tornou aliada do exercito e dos grandes proprietários rurais. Utilizando os fundamentos da divina providência, que pregava a fé, a tradição e a hierarquia para justificar os atos e as idéias políticas centralizadoras, e até algumas vezes despóticas dos conservadoristas.
     Os conservadores eram grandes proprietários rurais e centralizadores, já em contrapartida os liberais era compostos pelos setores médios urbanos intelectualizados, setores do comércio e da mineração. Tinham como proposta à laicização da sociedade e do estado, para eles o poder advinha do povo da sociedade e seus governantes, a igreja (divindade) ficava bem longe disso.
     Para os liberais a terra deveria ser uma mercadoria e era necessário que todos se transformassem em proprietários individuais, ou seja, eles defendiam uma reforma agrária. Para isso os presidentes liberais proporão a expulsão dos últimos espanhóis peninsulares do país, o que resultou numa revolta por parte dos conservadores que tinham uma camaradagem com os espanhóis e com a Europa.
     O desentendimento entre conservadores e liberais era tanto que tomou proporções de guerra civil com rebeldia popular e levantes camponeses, houve um golpe militar do general Santa Anna, que foi apoiado pelos conservadores em 1834. A política foi centralizada e o voto se tornou restrito aos cidadãos mais ricos, porém o pior golpe de todos foi em 1848 quando o México perdeu metade do seu território (Texas, Arizona, Califórnia e Novo México) para os Estados Unidos.
      Em 1856 o projeto dos liberais conseguiu chegar ao poder subordinando a igreja ao estado e iniciando o processo de emancipação do capitalismo no México, pois os liberais acreditavam que o desenvolvimento surgiria por meio da criação de indústrias têxteis.
 
DELIMITAÇÃO DAS FRONTEIRAS COM OS ESTADOS UNIDOS (EXPANCIONISMO INAQUE E A VITÓRIA DA DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO).
 
     Em 1840 os Estados unidos já era consolidado como um país de política capitalista-imperialista, e embora os lideres liberais e democratas brigassem entre si os Estados Unidos vinha acumulando riquezas com suas expansões territoriais.
 
Mapa do México politíco
    
          A busca para o Oeste e a oferta de terra barata se tornou um grande empreendimento, atrelado a isso surgiu à doutrina do “Destino Manifesto” à qual pregava que o povo Estadunidense eram os escolhidos de deus para “governar” a América:
         “Enquanto norte-americanos descobriam o remoto oeste, pressupostos românticos intensificavam-lhes a fé sobre a superioridade e destino glorioso de suas instituições livres. Rapidamente, desenvolveu-se a idéia de que era o “manifesto destino” dessas instituições espalhar-se por todos os vastos, escassamente povoados e mal defendidos territórios situados entre o vale do Mississipi e o Oceano Pacífico.” (SELLERS;MAY;MC,ILLEN, 1990.p.166.)
 
     Desta forma os embates sobre as fronteiras norte-americanas começaram desde 1820 quando colonos invadiram em grande número o Texas onde, em 1836 derrotaram o exército mexicano fundando uma república independente, logo após os Estados Unidos voltou seus olhos para a Califórnia, pois esta poderia proporcionar ao país uma saída portuária no oeste. Esse, contudo não era o único interesse dos Estados Unidos, a região cobiçada era e talvez seja ainda hoje, rico em minérios como o alumínio, o cobre e o ouro. Assim os Estados Unidos incentivado pelas idéias do “Destino Manifesto” rumaram para as fronteiras do México, tendo a guerra sido declarada em 13 de maio de 1846, o que na opinião dos Mexicanos foi “a invasão do nosso território e derramamento de sangue norte-americano em solo norte-americano”.
         “A guerra mexicana, quaisquer que tenham sido seus princípios morais, foi a mais bem-sucedida de todas em que participaram os norte-americanos. O general Zachary Taylor cruzou o Rio Grande, entrou na zona central do norte do México e, em Buena Vista em fevereiro de 1847, obteve uma brilhante vitória contra uma força mexicana superior, comandada pelo general Santa Anna.” (SELLERS; MAY; MCMILLEN, 1990.p.171).
     Com as sucessivas vitórias estadunidenses os mexicanos recuaram e buscaram um meio de findar a guerra, assinando em Fevereiro de 1848 o tratado de Guadalupe Hidalgo. Neste tratado o México cedia aos Estados Unidos, o Novo México, Arizona, Texas e a Califórnia, sendo que os Estados Unidos pagaria uma indenização ao México de 15 milhões de dólares. Desta forma os Estados Unidos deu mais um passo para a sua consolidação como potência imperialista.
ASPECTOS DA GEOGRAFIA DA AMÉRICA CENTRAL
 
 
     Durante o inicio do século XIX a América Central compunha-se de 5 países ( Honduras, El Salvador, Guatemala, Nicarágua e Costa Rica). Sendo que nestes a sociedade eram compostas por etnias semelhantes ao da América latina, como aponta Leon Pomer: “No final do período colonial calculava-se que 65% da população era constituída por índios, 31% por landinos mestiços e 4% por brancos, espanhóis e seus descendentes nativos.” (POMER, 1999. P.26).
     A economia advinha do latifúndio agropecuário e agroindústrial (canavial e etc.). O anil era o produto de grande exportação atrelado a isso existiam os Obrajes, que eram uma espécie de oficinas artesanais onde se fabricava tecidos, roupas entre outras coisas. O que segundo Pomer gerava “nas cidades uma massa de pequenos comerciantes e uma minoria muito exígua de poderosos mercadores” (POMER, 1999. P. 27).
     A América Central possui, e possui até hoje, uma grande região portuária, pois seus litorais dão evasão tanto para o leste como o oeste. Uma característica geográfica da América Central é a cadeia de montanhas escarpadas que se estende por toda a região, existe também os vulcões que de quando em vez causa desastres naturais, o fato da América central se encontrar cercada por água as enchentes são constantes assim como furacões. No entanto a região da América central possui grandes riquezas naturais  valiosos como, o níquel, minério de ferro, peixe, madeira e óleo.      
 
REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO
 
SELLERS, Charles; Henry May; Neil R. Mcmillen. Uma reavaliação da História dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990. 
 
PRADO, Maria Ligia. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual, 1994. P.23-37.
POMER, Leon. As independências na América Latina. São Paulo: Brasiliense, 1999.
 
 
 

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